“(…) Sem que se esqueçam as transformações democráticas operadas com a Revolução de Abril, é justo que se afirme que, de alguns pontos de vista, as escolas do 1º ciclo do ensino básico deste início de século não estão distantes daquelas que o País tinha no final da década de sessenta. De facto, Portugal, devido ao sistema político que durante décadas operou e nos isolou do resto da Europa e do mundo, ficou afastado de acompanhar a dinâmica assente no ritmo de mudança científica, tecnológica, económica e cultural que caracteriza o mundo actual e para o qual é preciso preparar os jovens”.
Maria Eulália Henriques, in Escolas, Famílias e Lares, 2007.
É evidente que não está aqui em causa o investimento nos edifícios escolares mas o quadro em que o processo ensino-aprendizagem se operacionaliza. Está em causa a organização interna de cada estabelecimento de ensino, a organização curricular e programática. O que está a acontecer de negativo e que muitos se lamentam não pode ser imputado aos professores mas a quem tem tido a responsabilidade de governar.
Maria Eulália Henriques, in Escolas, Famílias e Lares, 2007.
É evidente que não está aqui em causa o investimento nos edifícios escolares mas o quadro em que o processo ensino-aprendizagem se operacionaliza. Está em causa a organização interna de cada estabelecimento de ensino, a organização curricular e programática. O que está a acontecer de negativo e que muitos se lamentam não pode ser imputado aos professores mas a quem tem tido a responsabilidade de governar.
A Escola básica não pode ser um espaço para dar resposta a tudo o que passa pela cabeça dos governantes. Desde a prevenção rodoviária às questões do ambiente. Tudo, mas tudo, está a cair sobre os ombros dos professores como se eles fossem os remediadores do que outros não conseguem resolver. A Escola, no plano da sua autonomia, terá de saber diferenciar o essencial do acessório e construir a sua própria dinâmica, a sua própria identidade, no sentido de oferecer aos jovens uma formação básica de qualidade irrepreensível. E neste aspecto, o Sindicato, sob a nossa responsabilidade, terá uma postura firme na defesa dos Colegas que, muitas vezes, acabam por ser os bodes-expiatórios da incapacidade de quem tem a responsabilidade de equacionar e definir linhas de actuação.