sexta-feira, 10 de abril de 2009

ESCOLA COM AUTONOMIA = A ESCOLA DEMOCRÁTICA (II)

Diz o Professor Doutor Licínio Lima, docente da Universidade do Minho e investigador: “(…) A autonomia, palavra-chave, um conceito e uma ideia relevante na luta por uma escola mais democrática, vem sendo hoje reconceptualizada como um mero elogio da diversidade da execução periférica das decisões centrais. É uma ideia do género: sejam autónomos na execução das decisões que nós já tomámos por vós...
Não é esta a autonomia pela qual o pensamento pedagógico, crítico e democrático se vem batendo há muitas décadas. Temo-nos batido por uma autonomia em sentido forte. Paulo Freire falava de uma autonomia como ingerência, como capacidade de participar nas decisões, como co-autoria na governação e na decisão, isto é, uma autonomia compatível com o conceito de escola governante que, idealmente, mesmo que utopicamente, faz o caminho para o seu auto-governo ou, pelo menos, para o governo em co-autoria, em co-responsabilidade com outras instâncias de âmbito nacional, uma autonomia verdadeira, conferindo a capacidade de participar nas decisões. Uma outra autonomia, completamente distinta desta, é a autonomia como simples participação subordinada à gerência dos outros, compatível com um conceito de escola governada, não compatível com a autonomia mas com a heteronomia”. E mais adiante: “(…) Creio que uma boa parte dos problemas da escola pública se prende com problemas de governação democrática, isto é, problemas de busca de novos ordenamentos próprios, autónomos, de perspectivas de auto-governo, de consagração e realização efectiva dos princípios da participação e da autonomia. Quanto mais democráticas forem as escolas, quanto mais autonomia tiverem, mais as questões de organização e de administração serão relevantes”.
A “ALTERNATIVA SPM” segue, em toda a extensão, estes conceitos, pelo que só poderão esperar de nós respostas muito claras em defesa da AUTONOMIA E DA DEMOCRACIA.