quarta-feira, 1 de abril de 2009

PROGRAMA DE ACÇÃO (II)

1. Principais Linhas Programáticas
Renovar, no nosso entendimento, implica muito mais do que substituir dirigentes. A verdadeira renovação faz-se, sobretudo, no plano das ideias e das práticas. Nesse sentido, este projecto alternativo fez uma diagnose completa à situação actual do SPM, com o objectivo de identificar os principais problemas, cujas soluções possíveis são, assim, mais facilmente identificáveis e corrigíveis. Como consequência e de forma fundamentada, são assumidos os compromissos desta Candidatura tendo em vista a efectiva implementação de um novo projecto sindical para o SPM, centrado na inovação, na abertura ao exterior, na modernização e na credibilização. Em suma, no virar de página, na entrada num novo ciclo.
2.1.Caracterização da situação actual do SPM
Charles Handy (1994) criou a “Teoria da Curva Sigmóide” para explicar, entre outros aspectos, que tal como o ciclo de vida do ser humano, as organizações, os impérios e as civilizações, também nascem, desenvolvem uma fase de implantação, outra de crescimento, outra, ainda, de maturação, esta com fronteira para o declínio.
É na fase de maturação que emerge um processo de turbulência onde se entrechocam os processos vigentes com as novas ideias. Handy refere a existência de um exacto momento onde se torna necessário gerar uma outra energia susceptível de enquadrar e catapultar as organizações e os respectivos processos para uma nova curva, para um novo paradigma, em suma, para uma nova dinâmica social.
O nosso SPM está precisamente a atravessar essa zona de turbulência, um momento de alguma complexidade, sensível na dificuldade em corporizar dinâmicas que correspondam ao desenho de uma nova curva sigmóide.
Conscientes que estamos deste processo, queremos contribuir para, por respeito a todo o património de intervenção destes 30 anos ao serviço dos professores/as e dos educadores/as madeirenses e com referência a um novo paradigma de sindicalismo construir a tal nova dinâmica de participação na democracia.
Um paradigma que parte do diálogo e da reflexão na escola, ou seja, em cada núcleo sindical de base para a tomada das grandes decisões que solidariamente a todos respeitam.
2.1.1 Identificação dos principais problemas
Os principais problemas que o SPM enfrenta, no momento actual, são o do esgotamento do projecto sindical actual, o do desajustamento da organização interna às necessidades actuais colocadas quotidianamente pelos nossos/as sócios/as e que têm natureza tão diversa desde, a título de exemplo, a formação continua à gestão da carreira profissional e o da ausência de estratégia no relacionamento externo num quadro de realidades políticas, sociais, culturais e económicas cada fez mais complexo.
2.1.1.1 O problema da perda de impulso e do esgotamento do projecto sindical actual
O actual projecto sindical do SPM está cada vez mais perto do fim. Esgota-se a olhos vistos, como o comprovam as dessindicalizações, que são o reflexo do descontentamento dos associados. Este é para nós o sinal mais evidente das debilidades a que temos de por fim indo ao encontro das críticas que nos últimos anos têm sido apontadas para dentro da organização.
O projecto vigente não gerou entusiasmo, motivação e participação dos associados na vida do Sindicato, o que tem levado a que este se feche em si próprio, se afaste mais daqueles que representa e se apresente esporadicamente, em iniciativas públicas, sem alma e energia suficientes para mobilizar os professores e os educadores. Efectivamente, os sintomas da decadência acima referidos são próprios da mudança de ciclo e da emergência de outro.
2.1.1.2 O problema do desajustamento da organização interna
A organização interna do SPM é obsoleta, ineficaz e, sobretudo, subaproveitada.
A solicitação frequente de respostas e serviços por parte dos associados, quer ao nível do atendimento quer ao da formação, exige um esforço maior ao nível da distribuição dos recursos humanos, financeiros e técnico-informáticos. Estes desajustamentos organizacionais internos têm graves implicações na prestação de serviços aos sócios e na qualidade e rapidez de resposta ao nível da intervenção sindical.
2.1.1.3 O problema da ausência de estratégia externa
A estratégia do SPM relativamente às entidades externas, nomeadamente com a tutela, não é clara, ficando, muitas vezes, a ideia de que ela simplesmente não existe: age-se conforme as circunstâncias e as conjunturas. Uma coisa é fazer acertos na estratégia e outra é não ter uma linha de actuação previamente definida, o que obriga a uma “navegação à vista”. Como consequência, para situações similares, por vezes, são tomadas decisões díspares, o que fragiliza as posições do Sindicato, levando a uma perda de credibilidade e de respeitabilidade, a nível interno e externo.
Esta situação também é notória na relação com o movimento sindical unitário, com quem temos dificuldades em ver reconhecidas e consideradas ideias e sugestões do SPM, devido à pouca consistência das mesmas por falta de debate e discussão de matérias sindicais mais gerais.
Continua...